quarta-feira, 15 de agosto de 2012




ASPECTOS DO TRAFICO DE ESCRAVOS DE
ANGOLA PARA O BRASIL NO SÉCULO XVII



Com o descobrimento do Brasil e a progressiva fixação dos portugueses nas suas terras, o recurso
à escravização dos autóctones apresentou-se aos colonos carecidos de mão-de-obra como
uma solução natural. O Brasil  deve muito a  Angola pois sem eles  nada teria se feito no Brail

Ainda no século XVI e durante toda a centúria seguinte desenvolve-se, em torno da
produção sacarina, a estruturação da economia e da sociedade do Brasil. É, pois, o açúcar
que constitui o principal estímulo para a importação de angolanos durante o período de
que este trabalho se ocupa.
Dado que o território angolano não foi a única fonte de
abastecimento de africanos ao Brasil, convém salientar que parece situar-se no século
XV11 a época de maior peso relativo da sua exportação humana


Os escravos angolanos desenvolveram trabalhos essencialmente capazes e auxiliares para se erguer a nação brasileira, por força da forte migração entre os dois países. O historiador brasileiro, que alertou igualmente para o facto de ser “ preciso que outros países conheçam este dado histórico, informou que esta influência se deveu à abertura do Estado brasileiro do Rio de Janeiro, que na altura era o maior ponto de introdução de escravos nas Américas, e Luanda o maior porto de exportação.

A prática da escravidão entre as populações de Angola anteriormente à chegada dos
portugueses contribuiria para justificar a actividade dos negreiros europeus. Alegavam os
teóricos ser mais legítimo um cativeiro que, como o empreendido pêlos cristãos,
possibilitasse a salvação das almas.
Luís Filipe Alencastro referiu também que a maior parte dos ancestrais da população brasileira tem a sua marca genética no território angolano, motivo pelo qual a população brasileira é maioritariamente negra.
O historiador explicou que, segundo previsões finais de uma pesquisa que está a ser realizada este ano no Brasil e se encontra em fase de conclusão, a maior parte da população brasileira é negra, portanto descendente de africanos.
Além do kimbundu e do ­kikongo, salientou Luís Filipe Alencastro, a sintaxe, o vocabulário e o gerúndio, que provém da nasalização africana presentes no português brasileiro, também são elementos africanistas patentes na construção do Brasil. 
Além do aspecto linguístico, a­crescentou, a gastronomia e a sociabilidade das duas sociedades são muito próximas uma da outra. À medida que se conhece mais Angola no Brasil, e vice-versa, aparecem ainda mais laços, disse.
Para ele, é indispensável estudar-se mais a História de Angola, do Brasil e de Portugal e tal facto depende dos interesses que se criam nas universidades. Como exemplo, referiu que hoje Portugal é membro da União Europeia, e depende muito dessa organização, o que é natural, também muito devido às suas raízes europeias. Já o Brasil, com a maioria da população negra, está voltado mais do que nunca para os países independe
ntes.

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